Escrito por: Júlio Sousa
Publicado em: 04/10/2016
Em seis ilhas no sul da Libéria voluntários estão tentando salvar 85 chimpanzés, que foram capturados na infância para serem usados em experiências médicas. Depois de serem infectados com doenças mortais, os chimpanzés foram jogados para fora como lixos para se defenderem sozinhos. Os Testes Os testes em animais causam intensos debates no contexto ambiental […]
Em seis ilhas no sul da Libéria voluntários estão tentando salvar 85 chimpanzés, que foram capturados na infância para serem usados em experiências médicas.
Depois de serem infectados com doenças mortais, os chimpanzés foram jogados para fora como lixos para se defenderem sozinhos.
Os Testes
Os testes em animais causam intensos debates no contexto ambiental e vale lembrar que essa prática começou há muito tempo.
Uma iniciativa desta ordem ocorreu em 1974, quando o banco de sangue americano New York Blood Center (NYBC) abriu um amplo laboratório na Libéria, oeste africano.
A empresa tinha como objetivo promover a realização de experimentos de vacinas em diversos chimpanzés silvestres.
Trinta e um anos mais tarde, quando anunciou o fim dos experimentos, o diretor do Viral II, Alfred Prince, assegurou que o NYBC iria cuidar do bem-estar dos primatas pelo resto de suas vidas.
O Abandono
Para não contaminarem os animais que não receberam as vacinas, os infectados foram distribuÃdos em seis ilhas fluviais.
Sendo que os custos mensais com água e comida somavam aproximadamente 20 mil dólares.
Os macacos foram mantidos nas ilhas, porque eles não podem nadar.
Porém, em março de 2015, o NYBC cancelou toda a ajuda, deixando 85 chimpanzés abandonados à própria sorte.
Contudo, em um comunicado feito poucos meses após o fechamento do laboratório, o NYBC disse que “nunca teve obrigação alguma de cuidar dos animais”.
Concluindo que “já não era sustentável desviar milhões de dólares de nossa missão de salvar vidas”.
Cuidados pelos Voluntários
Em entrevista à BBC, a ativista Jane Goodall rebateu o anúncio, dizendo que “eles sabiam muito bem que os chimpanzés têm vidas longas”.
“Abandoná-los é imperdoável”, afirmou a ativista Jane Goodall.
Chimpanzés têm vida média de 60 anos, e por isso é importante oferecer o melhor cuidado a esses animais.
A população atual das ilhas é de 63, distribuÃdos em grupos de 9 e 13 animais.
Felizmente, muitos ex-empregados da NYBC, que durante décadas trabalharam com esses animais, ainda vivem em localidades próximas.
Essas pessoas alimentam e oferecem carinhos a esses chimpanzés.
Pouca Infraestrutura
Porém, a falta de infraestrutura tanto nas ilhas quanto em terra firme tornaram quase impossÃvel fazer tratamentos e monitorar os animais.
No entando, os animais andam livremente pelas ilhas não possuindo estruturas para separá-los e examiná-los rotineiramente.
Mas segundo os especialistas, a saúde dos chimpanzés melhorou consideravelmente.
Os animais estão sendo medicados diariamente com pastilhas de progesterona para que não se reproduzam.