Escrito por: Júlio Sousa
Publicado em: 08/06/2017
Em torno de 3,7 milhões (o equivalente a 1,8%) de pessoas no Brasil doam sangue todos os anos Em torno de 3,7 milhões (o equivalente a 1,8%) de pessoas no Brasil doam sangue todos os anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde. Parece muito, mas não é. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde […]
Em torno de 3,7 milhões (o equivalente a 1,8%) de pessoas no Brasil doam sangue todos os anos
Em torno de 3,7 milhões (o equivalente a 1,8%) de pessoas no Brasil doam sangue todos os anos, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Parece muito, mas não é.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), a média ideal seria que 2% da população fosse de doadores regulares (um pouco mais de 4 milhões).
O Método
Além da falta de sangue, a dificuldade é ainda maior por causa da grande variedade dos tipos sanguíneos.
E pelo fato de nem todos serem doadores e receptores universais.
Por isso, cientistas passaram anos tentando descobrir uma forma econômica de resolver esse problema.
Foi então que químicos da University of British Columbia, no Canadá, entraram em ação.
E conseguiram desenvolver um método para transformar todos os tipos de sangue em tipo O, ou seja, universal.
Sangue universal
Pesquisadores criaram uma enzima capaz de cortar as moléculas de açúcares do sangue e também os antígenos, que são substâncias encontradas nos sangues do tipo A e do tipo B.
Se introduzidos com essas moléculas em organismos de tipos sanguíneos diferentes, o sistema imune produz anticorpos contra eles e rejeita a transfusão.
A técnica deixa-os mais parecidos com o tipo O, conhecido como o doador universal.
E permite que um sangue de tipo A, por exemplo, seja colocado em uma pessoa que tenha um tipo B.
A criação da enzima
Para criar essa enzima foi usada uma tecnologia chamada de “evolução direta”.
Que insere mutações no gene responsável por organizar seu código genético, conforme diz o estudo publicado no Journal of the American Chemical Society.
“O conceito não é novo mas era preciso tanta enzima para fazer funcionar que era impraticável”, explica Steve Whiters, professor do departamento de química da Universidade.
“Agora eu estou confiante que nós podemos levar isso muito mais longe”, aponta ele.
Mais testes e mais pesquisas
Mas antes que o sangue alterado possa começar a ser utilizado, a enzima precisa conseguir remover todos os antígenos.
Porque o sistema imunológico é extremamente sensível.
E apenas resíduos são suficientes para gerar uma resposta de defesa contra ele e levar a uma fatalidade.
Mais testes e mais pesquisas ainda devem ser realizados nos próximos anos.
Mas os cientistas acreditam que dentre 5 ou 10 anos, a técnica deve ser utilizada para tentar suprir a falta de sangue nos hemocentros.