Muita gente afirma ter dificuldade de escrever; que fulano parece que já nasceu escritor e sicrano nunca saberá aonde a danada da vírgula deve ficar… E é verdade! Isso tudo pode ocorrer. Mas só não acreditamos que tal fato se deva ao destino. Este, por mais famoso que seja, deixará de existir, se seguidas algumas dicas que hoje compartilharemos neste post.

Tudo na vida tem um curso natural: primeiro nasce o botão, depois a flor; a galinha põe os ovos e choca-os durante 21 dias, até que nascem os pintinhos; quando quer se comunicar, nos primeiros meses, o neném apenas chora ou ri. Depois, escutando seus pais conversarem, e quando seus instrumentos de comunicação vocal se desenvolvem, ele aprende a falar. De certa forma, a boa escrita também segue um curso. Entretanto, porque essa atividade não é um processo fisiológico, pois está ligada ao intelecto, são necessários alguns procedimentos.

Leitura Crítica + Prática = Escrever Bem.

Desde a alfabetização até o ensino médio, a maioria das pessoas recebe uma educação formal padronizada; elas aprendem a desenhar letras, a formar sílabas e a escrever as primeiras palavras. Adquirem o conhecimento das regras ortográficas e gramaticais, enquanto o desenvolvimento da escrita e da leitura ocorre concomitantemente: com a leitura praticam interpretação de textos e com a escrita respondem questionários e expressam suas próprias ideias.

Nesse período da vida, algumas pessoas já começam a se destacar na escrita. Por quê? Porque estão combinando, harmoniosamente, os ingredientes leitura e escrita. Elas percebem que a boa leitura favorece objetivamente uma boa escrita. Não leem apenas para encontrar as respostas, mas aprendem a observar o texto de um modo mais aprofundado, analisando os recursos nele aplicados e o efeito dos mesmos na passagem de cada informação. É aqui, e somente aqui, que começa a “ser gerado” um bom escritor.

Mas não é somente a boa leitura que propicia a habilidade de escrever. É necessário combinar perfeitamente essas duas atividades, adotando o hábito de praticar a escrita diariamente. A fluidez na escrita virá somente com a prática; e será enriquecida na medida em que a leitura também for realizada.

Todo bom escritor é também um crítico leitor

Quem pratica o que foi dito acima, não apenas compreende melhor a mensagem de cada texto que lê, mas percebe se o mesmo é de boa qualidade ou se possui algum tipo de problema. Percebe naturalmente que cada texto não somente deve transmitir uma mensagem, mas que esta deve estar clara para o leitor ao qual se destina.

Um bom escritor consegue sempre utilizar a escrita com naturalidade, sem necessidade de rebusque, cada vez que, em sua mente, uma ideia esteja estabelecida.

Enfim, se você sente qualquer tipo de dificuldade para escrever, sugerimos que procure rever a sua relação com a leitura. Não contemple a leitura como uma atividade meramente informativa. Interaja com o espírito de cada escritor; procure conhecer um pouco da mente dele, de seu estilo. Observe os recursos por ele utilizados (sinalização, grifos, efeitos etc.) que lhe despertaram admiração e, aos poucos, procure adaptá-los à sua própria escrita. Adote agora o hábito de escrever!

Comece produzindo textos reflexivos sobre algum assunto que você domine. Se adora fazer trilhas, por exemplo, tente descrever o que significa essa atividade para a sua vida; mas faça-o de tal modo que, qualquer que porventura leia o seu texto, respeite a sua relação com a trilha, porque compreendeu exatamente o significado dela em sua vida. Aos poucos – e não levará muito tempo – essa atividade se tornará tão natural que também poderá se converter numa diversão.

Todo texto começa sempre na mente, como um bloco de ideias. Depois, na medida em que cada palavra vai sendo escrita, tais ideias vão pulando desse bloco para revelar a estrutura de seu pensamento. Escrever é realmente uma atividade maravilhosa. Este texto está sendo escrito assim. E assim terminou!

Fonte: Mundo Escrito

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