Escrito por: Júlio Sousa
Publicado em: 29/03/2017
Sobrevivendo seis dias sem pulmão Melissa Benoit, tem 33 anos de idade que sofre de fibrose cística (doença crônica que entope os pulmões com muco). Ela contraiu em abril de 2016 uma infecção pulmonar que se estendeu por todo seu corpo e lhe causou um choque séptico que afetou o funcionamento dos principais órgãos de […]
Sobrevivendo seis dias sem pulmão
Melissa Benoit, tem 33 anos de idade que sofre de fibrose cística (doença crônica que entope os pulmões com muco).
Ela contraiu em abril de 2016 uma infecção pulmonar que se estendeu por todo seu corpo e lhe causou um choque séptico que afetou o funcionamento dos principais órgãos de seu corpo.
Devido à extrema gravidade de seu estado, e como última solução perante sua morte iminente, os médicos do Hospital Toronto General decidiram extirpar seus pulmões.
O foco da infecção séptica, era mantê-la com vida à espera de uma doação de órgãos.
A Infecção
Niall Ferguson, diretor do Departamento de Cuidados Críticos do hospital, contou que a situação de Melissa era severa.
Por causa da infecção seus pulmões estavam entrando em colapso e ela tinha acessos de tosse tão fortes que fraturara costelas.
Os antibióticos não surtiam efeito e mesmo quando ela foi entubada a saúde continuou a piorar.
Foi quando os médicos decidiram retirar os pulmões.
O Procedimento
“Ela estava morrendo, tínhamos que fazer algo. Foi uma decisão difícil porque faríamos algo nunca antes tentado. Havia uma série de riscos”, conta Ferguson.
Os médicos, retiraram os pulmões de Melissa (com autorização de seu marido) e a manteve viva com a ajuda de aparelhos que oxigenaram seu sangue e o ajudaram a circular.
Como tinha sido posta em coma induzido, Melissa só soube o quão perto esteve da morte quando despertou após a cirurgia.
De acordo com a equipe médica do Toronto General, trata-se da primeira vez na qual este procedimento foi completado com sucesso.
Pulmão mantido vivo para transplante.
“Não acreditei quando meu marido e meu pai me contaram e demorei bastante para entender tudo”, contou ela ao jornal canadense The Globe and Mail.
O pós-cirúrgico
Shaf Keshavjee, um dos médicos envolvidos, disse que a sorte da canadense começou a mudar naquele momento.
Por sua vez, Benoit declarou durante a entrevista coletiva que após despertar da operação de transplante não sentiu nenhuma dor e, por isso, inicialmente achou que não tinha recebido os pulmões que necessitava.
“Vinte minutos depois de tirarmos os pulmões, a pressão arterial de Melissa tinha se normalizado. Mas não sabíamos quanto tempo poderíamos mantê-la viva.
E tampouco se levaria um dia ou um mês para termos novos pulmões.
Então, tivemos que pensar dia a dia até que um doador compatível surgisse”, explica Keshavjee.
Melissa vinha de meses de internações e ficou tão enfraquecida que sequer conseguiu levantar as mãos.
Quando despertou da cirurgia em que recebeu o novo pulmão.
Foi apenas um mês depois do transplante que Melissa percebeu o que era ter novos pulmões.
“Foi quando percebi que podia respirar novamente em vez de tossir o tempo todo.”
O Final Feliz
A paciente acrescentou que hoje se sente “fenomenal”, embora ainda necessite um transplante de rim.
Porque os seus foram gravemente danificados pela infecção original.
Benoit, que começou a caminhar nas últimas semanas, receberá um rim doado por sua mãe quando estiver totalmente recuperada do transplante de pulmões.
Em uma entrevista coletiva dada no hospital, Melissa pediu que os canadenses doem mais órgãos.
“Sem meu doador e sua família, nada que os médicos fizeram poderia me salvar. A doação me deu uma segunda chance de viver”.
A canadense não quer pensar em muita coisa além de tomar conta da filha, Olívia, de dois anos, e se deliciar com as comidas preferidas depois de meses a fio se alimentando com uma sonda gástrica.