Escrito por: Júlio Sousa
Publicado em: 07/12/2017
O homem de 70 anos chegou inconsciente a um hospital de Miami, mas a frase tatuada em seu peito criou um dilema ético nos médicos que deveriam reanimá-lo Médicos de um hospital em Miami, nos Estados Unidos, passaram por um conflito ético após a entrada de um paciente inconsciente. Um homem de 70 anos, diabético e […]
O homem de 70 anos chegou inconsciente a um hospital de Miami, mas a frase tatuada em seu peito criou um dilema ético nos médicos que deveriam reanimá-lo
Médicos de um hospital em Miami, nos Estados Unidos, passaram por um conflito ético após a entrada de um paciente inconsciente.
Um homem de 70 anos, diabético e com histórico de doenças no coração e no pulmão, chegou ao hospital com uma tatuagem no peito que dizia “não ressuscite“.
No momento do resgate, o homem estava com o nÃvel de álcool no sangue elevado.
A decisão
Os médicos ficaram em dúvida sobre acatar ou não o que parecia ser um desejo do homem ou salvar uma vida.
Principal juramento da profissão.
A médica responsável decidiu ignorar o pedido, avisando sua equipe sobre a decisão contrária.
No entanto, mesmo após diversas tentativas com antibióticos, vasopressores (que aumentam a pressão sanguÃnea) e ressuscitação por fluido intravenoso, o homem não respondia à s intervenções médicas.
Depois de contatarem uma equipe ética para discutirem o caso, os médicos decidiram honrar a mensagem da tatuagem.
Dilema
Eles sabiam da história de um outro paciente, com artigo publicado no “Journal of General Internal Medicine”.
Que foi recebido com uma tatuagem “DNR”(“Do not ressuscitate”) em 2012.
O homem foi tratado e, quando acordou, contou que realmente preferia ter sido salvo.
Ao ser perguntado sobre o motivo da tatuagem, disse que era resultado de uma partida de pôquer.
E que havia perdido, segundo a publicação.
Atualmente, nos Estados Unidos e na maioria dos paÃses, tatuagens ‘DNR’ não têm respaldo jurÃdico.
Para garantir que o médico não intervenha em uma emergência, é preciso assinar documentos especÃficos protegidos por leis de privacidade.
Caso o paciente tenha um documento em seu nome, os prontuários médicos precisam disponibilizar essa informação.
A dúvida
Em entrevista ao jornal “The Washington Post”, o médico e principal autor do artigo desta quinta, Gregory Holt, disse que o homem morava em uma casa de repouso, mas foi encontrado bêbado na rua.
Ele não tinha identificação, famÃlia ou amigos que poderiam dar mais informações.
“TÃnhamos um homem com quem eu não conseguia falar“, disse Holt.
“Queria conversar com ele para saber se a tatuagem realmente refletia seus desejos para o final da vida“.