Homem toca saxofone durante cirurgia no cérebro

Escrito por: Júlio Sousa

Publicado em: 21/12/2015

Carlos Aguilera, um saxofonista de 27 anos de idade da cidade de Malaga, Espanha, foi submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital Carlos Haya, em Outubro. No tratamento de tumores cerebrais, em alguns casos, pacientes podem ser deixados acordados. Um paciente sob o efeito de sedativos mas sem anestesia geral, como foi o caso do […]

Carlos Aguilera, um saxofonista de 27 anos de idade da cidade de Malaga, Espanha, foi submetido a um procedimento cirúrgico no Hospital Carlos Haya, em Outubro.

https://www.youtube.com/watch?v=fAS6LvWlAAk

No tratamento de tumores cerebrais, em alguns casos, pacientes podem ser deixados acordados.

Um paciente sob o efeito de sedativos mas sem anestesia geral, como foi o caso do Sr. Aguilera, pode oferecer respostas para evitar muita ou pouca retirada do tumor.

O neurocirurgião responsável pela cirurgia, o Dr. Guillermo Ibanez, comentou que a abordagem foi extremamente importante, principalmente para a parte final da cirurgia.

Aguilera se mostrou surpreso ao ver assistir o video da cirurgia posteriormente.

“Eu senti como se estivesse deitado em uma praia”, disse o paciente. “Eu não poderia imaginar que fosse algo como vi no video”.

Carlos

“Eu fui colocado em uma maca há dois meses atrás, agora eu posso dizer que a vida está esperando por mim novamente. É como se eu estivesse nascido novamente.”

A operação durou por pelo menos 12 horas e envolveu 16 profissionais de saúde.

“Awake Craniotomy”

Parece coisa de ficção científica, mas o procedimento é bastante comum (inclusive sendo realizado no Brasil há pelo menos 12 anos).

Antes da cirurgia, são adicionados eletrodos nas mãos, pernas ou nas áreas em que se quer testar os estímulos cerebrais do paciente. A manutenção do paciente acordado tem uma função: ao mexer os órgãos nos quais estão instalados os eletrodos, o neurocirurgião identifica os estímulos cerebrais e também terá precisão das áreas malignas atingidas pelo tumor. No momento da estimulação, o paciente pode, por exemplo, parar de falar uma frase ou demonstrar alteração na fala (parafasia), sinalizando alteração em algum circuito da fala.

A grande vantagem é que o procedimento permite o controle da remoção, garantindo uma extração maior do tumor sem comprometer alguma função cerebral, resultando em menos déficit pós-operatório, visando uma melhor qualidade de vida do paciente e o controle do tumor: quanto mais tumores são retirados, maiores as chances de recidivas.

Fantástica cirurgia no cérebro, não?

 

Fonte: “Cirurgia com Paciente Acordado, Ficção ou realidade?” Dr. Luiz Daniel Cetl


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