Estudando sozinho e trabalhando, passei em Medicina na UFES

Escrito por: Júlio Sousa

Publicado em: 13/11/2015

Olá galera do Projeto Medicina, Meu nome é Gustavo, tenho 22 anos e faço Medicina na UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. Hoje vou contar um pouquinho da minha história pra vocês, que até ontem eu estava aí do outro lado pensando que nunca ia chegar a minha hora. Nasci no Pará e vim […]

Gustavo - UFES

Olá galera do Projeto Medicina,

Meu nome é Gustavo, tenho 22 anos e faço Medicina na UFES – Universidade Federal do Espírito Santo. Hoje vou contar um pouquinho da minha história pra vocês, que até ontem eu estava aí do outro lado pensando que nunca ia chegar a minha hora.

Nasci no Pará e vim morar no Espírito Santo com 1 ano de idade, na cidade de Fundão. Minha família sempre foi muito humilde e por isso sempre estudei em escola pública desde as séries iniciais. Inclusive tinha muita dificuldade por sempre estar à frente da turma e não conseguir desenvolver o que eu queria. Por isso a escola me avançou (na época era chamado de AVANÇO) da primeira para terceira série. Mas, com o passar do tempo, tanta pressão contra, não tem o que fazer, você acaba seguindo o fluxo e fui me acostumando em estudar pouco.

O sonho pela medicina veio desde pequeno, só que eu não tinha noção da dimensão disso. Sempre fui de traçar metas a serem alcançadas, talvez seja isso que me faz estar onde estou, acho muito importante e indico.

Mais tarde, quando tive mais consciência do meu ensino, decidi que eu iria ter que estudar meu ensino médio em uma escola de qualidade para ter chance de conseguir entrar na competição pela medicina. Então decidi fazer o processo seletivo do Instituto Federal do Espírito Santo, que na época não tinha cotas. Meus pais fizeram das tripas coração para me darem um cursinho preparatório e mesmo assim só consegui aprovação no terceiro processo seletivo (que era semestral) e ingressei em 2009, tendo que voltar um ano do ensino médio, pois já havia cursado em uma escola estadual da minha cidade, e não me arrependo. Foram os quatro melhores anos da minha vida.

Enfim, o grande ano chegou, o ano apavorante do vestibular e mais uma vez me vi sem condições alguma de poder fazer cursinho, as coisas lá em casa continuavam difíceis. Então fui estudar por mim mesmo. Consegui uma coleção do Amabis & Martho com um professor da minha cidade, mais uns livros de química, e muitoooossss exercícios do Projeto Medicina.

O Projeto Medicina foi um dos meus grandes portos seguros para acreditar no meu sonho e construir meu conhecimento. Sempre lia as histórias e imaginava quando eu iria contar a minha, pois parecia um sonho muito distante.

No meu primeiro vestibular para medicina, minha nota foi muito baixa em relação ao que eu esperava, foi um choque a reprovação. Mas ergui a cabeça e fui pra segunda tentativa com força total, não esperava eu que a vida me pregaria uma peça. Fiz e não passei novamente, e não bastasse à tristeza da reprovação, meu pai aos 47 anos de idade sofreu um AVC pouco tempo depois do resultado, o que me abalou profundamente e mudou completamente os meus planos.

Agora com meu pai doente, eu tinha que ajudar em casa, não dava mais para só estudar. Arranjei um emprego e comecei a trabalhar 8 horas diárias, e chegar em casa para estudar e acordar no outro dia cedo, e fins de semana ajudar minha mãe com as encomendas. Levava meu material para o serviço e nos intervalinhos que eu tinha eu aproveitava. Muitas vezes chegava exausto e tinha que estudar quase chorando sem forças para absolutamente nada. Mas fui persistindo porque era o meu sonho e não dava para desistir fácil assim.

O meu grande inimigo era o tempo, porque enquanto inúmeras pessoas estavam na sala de aula, eu estava no meu serviço sem produtividade e o tempo que eu tinha em casa era muito pequeno. Eu chegava as 18:00 h e ia começar a estudas muitas vezes somente às 20:00 h, dormia às 1:00 h da manhã para acordar as seis horas novamente, isso durante todo o ano.

Então, tive que fazer escolhas, estudar com absoluta atenção para que tudo saísse mais rápido. Como meu ensino médio foi satisfatório, eu optei por estudar somente as minhas matérias específicas e focar nas dificuldades das outras matérias no mês antes do ENEM ou prova de primeira fase como a da UERJ. Entretanto, não consegui encaixar tempo para fazer redações e também não tinha quem corrigia para mim. Duas semanas antes do ENEM lembrei de uma antiga professora e pedi para que corrigisse minhas redações, fiz umas três e entreguei para ela. Vieram com notas apavorantes (risos). Me desesperei, mas tentei me corrigir estudando meus erros em cima daquelas únicas três redações.

Uma coisa importante é tentar manter a calma antes da prova, desespero realmente nunca ajuda. Sei que é fácil falar, mas tentem, trabalhem isso constantemente. Fiz minha prova do ENEM e saí chorando desesperado. Imaginei que havia ido muito mal. Resultado, acertei 120 questões e na redação que era o meu maior medo atingi 960 pontos. Simmmmmmm genteee, nem eu acreditei quando vi, só havia feito três redações horrorosas. (risos)

Passei na primeira fase da UFES, e na segunda fui confiante, pois havia estudado todas as específicas a fundo, inclusive muito bem assessorado pelos exercícios do Projeto Medicina, aquelas listas me deixavam de cabelo em pé e muito desesperado, mas percebi que o nível de dificuldade era maior que muitas provas e que ao fazer os vestibulares eu tinha mais desenvoltura por as questões estarem em um nível mediano. Sai da prova com a sensação da aprovação, mas você nunca assume pra você mesmo né?! Você prefere esperar o resultado.

Os resultados vieram um atrás do outro. Primeiro recebi a do SISU, fui aprovado na Universidade Federal Fluminense. Todos aqui em casa ficaram balançados devido aos gastos e a distância de casa, mas no fundo eu queria a UFES, e foi quando eu vi meu nome naquela lista linda. Gente, é inexplicável a sensação, eu só conseguia chorar a ficha não caiu. Na metade do ano tentei novamente SISU e passei para Universidade Federal do Rio de Janeiro – Cidade Universitária, posto que eu passei para o segundo semestre na UFES e só começaria em agosto e a universidade vivia ameaça de greve. Finalizando, a UFRJ que entrou de greve e eu acabei ficando na UFES que não optou pelo mesmo, e me encontro muito feliz.

Eu queria agradecer muito ao Projeto Medicina que me ajudou imensamente nesse caminho solitário até meu sonho, foi essencial ouvir outras histórias e ver que eu não estava sozinho na batalha.

A vocês seguidores, eu quero dizer que não desistam JAMAIS da Medicina se ela realmente é o seu sonho, tentem quantas vezes quiserem e puderem, a hora vai chegar para todos vocês ACREDITEM FIELMENTE NISSO. Aos que estudam sozinho como eu estudei, a jornada é mais árdua, mas não desanime, porque a sensação do sonho realizado é muito maior que qualquer dificuldade vivida.

Um grande abraço à todos, e estamos aí para ajudar e conversar com quem precisar. Continuem firmes no caminho, porque eu estou aqui me matando em anatomia enquanto escrevo para vocês!


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