Medicina e Biotecnologia juntas para ressuscitar 20 mortos.

Escrito por: Júlio Sousa

Publicado em: 27/07/2016

Uma empresa de biotecnologia tenta fazer algo cientificamente ousado: ressuscitar 20 pessoas clinicamente mortas, mas que dependem de aparelhos para se manter minimamente ativos. Ou seja, pessoas sem atividade nenhuma no sistema nervoso central – o complexo sistema que percebe estímulos procedentes do mundo exterior, processa informações e transmite impulsos a nervos e músculos – e […]

Uma empresa de biotecnologia tenta fazer algo cientificamente ousado: ressuscitar 20 pessoas clinicamente mortas, mas que dependem de aparelhos para se manter minimamente ativos.

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Ou seja, pessoas sem atividade nenhuma no sistema nervoso central – o complexo sistema que percebe estímulos procedentes do mundo exterior, processa informações e transmite impulsos a nervos e músculos – e que perderam consciência e capacidade de respirar.

Chamada Bioquark, a companhia da Filadélfia obteve aprovações éticas das entidades de saúde dos Estados Unidos e da Índia para o seu projeto.

Num período de seis semanas a companhia Bioquark usará um projeto chamado ReAnima para tentar trazer essas pessoas de volta à vida.

A empresa pretende usar as células tronco e estimulação dos nervos em pessoas que sofreram sérios traumas cerebrais.

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Células Tronco

Procedimento

Segundo o que alguns estudos científicos recentes sugerem, é que algumas atividades elétricas e o fluxo de sangue continuam após a morte das células cerebrais.

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Porém isso não é o suficiente para que o corpo continue trabalhando normalmente.

Algumas criaturas não-humanas – como peixes e anfíbios -, por outro lado, muitas vezes podem atenuar alguns desses danos através da regeneração, reparação ou mesmo através da remodelação de certas porções do seu cérebro após um traumatismo crítico.

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Assim, baseando-se neste princípio, os cientistas utilizarão várias terapias para tentar reanimar partes de cérebros de humanos dados como clinicamente mortos.

Os pesquisadores injetarão células-tronco na medula espinhal dos “pacientes” a cada duas semanas, um coquetel de peptídios a cada dia e estimularão os neurônios com laser, entre outras técnicas.

 

Terapia

Os pesquisadores por trás do Reanima acreditam que as células-tronco do cérebro são capazes de “apagar” sua história e começar a viver de novo, baseando-se no tecido a seu redor.

“É uma iniciativa complexa e combinaremos instrumentos da medicina regenerativa com outros que normalmente são utilizados para estimular o sistema nervoso central de pacientes com graves desordens de consciência”, afirma Iro Pastor, diretor do Reanima.

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Haverá obstáculos maiores no caso de pacientes que tenham permanecido em estado vegetativo durante muitos anos.

“Não somos médicos tipo Frankestein. Trabalhamos dentro dos limites do sistema tradicional de saúde”, diz ele.

 

Onde Será Feito?

Tudo isso será feito no hospital indiano. “Escolhemos fazer isso na Índia (e não nos EUA) por dois motivos”, explica Pastor.

“Em parte, a razão é econômica: os custos dos EUA seriam de US$ 10 mil por paciente, enquanto na Índia são de US$ 1.000”, diz.

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“Por outro lado, na Índia não se pode ter um cadáver conectado a uma máquina por tanto tempo quanto em outros países (por causa da lei local).”

 

A Reversão da Morte

Para Pastor, “os dilemas éticos não tem cabimento”.

“São casos terríveis de pessoas que perderam seu filho de 17 anos por acidente de moto. Temos permissão das instituições e das famílias, estamos cobertos.”

Apesar de considerar-se que os “pacientes” estão clinicamente mortos, seus corpos seguem digerindo alimentos e reagem, entre outros, a estímulos sexuais.

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Pastor crê que depois de dois ou três meses os resultados devem começar a aparecer.

“Isso representa a primeira tentativa do tipo e outro passo em direção a um eventual (processo de) reversão da morte.”

Então, se saberá o quão perto – ou longe – estão de conseguir seus objetivos.

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A tarefa de reanimar um cérebro ou partes dele é um desafio científico maior do que lidar com os dilemas éticos.

“Salvar partes individuais pode ser de grande ajuda, mas é um longo caminho até que seja viável ressuscitar um cérebro totalmente, de maneira funcional, em um estado sem danos”, declarou Pastor


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